Reduzir e até mesmo zerar algumas das filas de pessoas que há anos esperam por atendimento em consultas e/ou exames de média e alta complexidade de Penha. É esse desafio que a Prefeitura Municipal, através da Secretaria de Saúde, pretende executar com o programa “Zera Fila” que deve começar a partir de setembro.

“Penha tem uma grande demanda reprimida de atendimento, porque foram muitos anos com poucos exames e consultas sendo feitas”, conta a secretária de saúde de Penha Regiane Basso. Na lista de espera para exames de ressonância magnética, por exemplo, há pacientes que desde 2011 esperam atendimento. O mesmo acontece com atendimento de Otorrinolaringologia, onde não há atualmente previsão de atendimento e 524 pessoas estão cadastradas na fila.

No entanto, a maior das filas é de ultrassonografia, onde há 2.783 inscritos. “Aumentou muito a demanda por ultrassom porque temos 21 médicos especialistas, 2 médicos em cada unidade de saúde nos bairros, além dos 2 médicos plantonistas do Pronto-Atendimento, e são mais profissionais pedindo exames”, explica Regiane.

Embora o governo municipal tenha feito a fila andar com a contratação de 21 médicos especialistas e duplicado o número de atendimentos de exames de alta e média complexidade no convênio com a AMFRI – conseguindo até zerar toda a fila anterior à 2018 para tomografia, por exemplo – a espera por atendimento público continua grande para muitas consultas, como ortopedista, mamografia, oftalmologista, reumatologista e cirurgia geral, entre outros. “Além de toda a fila acumulada, temos um aumento da procura pela rede pública de saúde, por conta da crise econômica”, acredita a secretária de saúde.

Para dar um fim nesse verdadeiro drama das pessoas que ainda esperam atendimento, o governo municipal resolveu contratar, através de chamamento público, mais consultas e exames de média e alta complexidade. “Estamos realocando os recursos públicos para fazer mais esse investimento na saúde”, explica o prefeito Aquiles da Costa. “A saúde é a coisa mais importante na vida de cada um, por isso precisamos fazer o máximo que pudermos”, opinou.

O investimento pode chegar a quase 1,4 milhão de reais. “Se trata de uma ação histórica na nossa cidade, mas mais necessária do que nunca, para enfim zerarmos a fila de atendimento, se não em todas, pelo menos na maioria dos exames e consultas de média e alta complexidade”, apontou Aquiles.

A perspectiva da secretaria de saúde é até triplicar o número de atendimentos em alguns procedimentos: “Cada exame ou consulta é uma demanda ou complexidade diferente, mas no mínimo vamos dobrar todas, quando não triplicar em outras”, apontou Regiane Basso. A ação irá durar doze meses, e a prefeitura espera conseguir zerar ou pelo menos reduzir as filas mais longas. “É algo inédito no nosso município, uma ação que nunca foi feita antes na saúde”, comentou a secretária.

Além de mais atendimentos, a secretaria de saúde também vai realizar uma revisão na fila, ligando para cada paciente, além de agentes de saúde visita-los na falta de contato telefônico, para saber se eles ainda residem na cidade, se ainda precisam do exame ou já o realizaram. “Como são pedidos muito antigos, calcula-se que nem todos ainda façam parte da fila. Por isso essa revisão é necessária, para que a fila apresentada na consulta pública seja mais realista”, finalizou.