A construção da nova ponte sobre o Rio Piçarras foi uma das principais pautas do prefeito Tiago Baltt (MDB), em sua primeira semana como gestor público. Vistorias no local e reuniões diretas com a empreiteira responsável pela obra sacramentaram uma nova estimativa máxima de liberação e término da estrutura: o mês de março. O novo prazo desagradou ainda mais os comerciantes da região, que afirmam queda da receita diante do baixo movimento na avenida.

Em nota, a Prefeitura de Balneário Piçarras afirmou que a empresa tem prazo contratual para terminar a obra até o mês de setembro, “mas o prefeito Tiago Baltt está tentando antecipar esta data para fevereiro ou março. O próprio prefeito tem vistoriado a obra e está tentando fazer com que o processo de construção da ponte seja feito com rapidez e qualidade. O prefeito reconhece a dificuldade que esta obra tem gerado para as pessoas, para os comerciantes e para o turismo da cidade, e isso faz com que ele se faça presente em todas as etapas para que a obra seja finalizada o mais rápido possível”.

Por conta do descumprimento do prazo para liberação do tráfego sobre a ponte do Rio Piçarras – estipulado pela gestão municipal passada em 14 de dezembro e depois alterado para a semana do natal – uma série de reclamações recaíram sobre a obra, iniciada em maio. A principal delas vem de empresários próximos à divisa, que viram o movimento cair bruscamente por conta do baixo fluxo de veículos e pedestres pela região.

“É muito triste ver que ninguém se posiciona, ninguém se importa”, desabafa Mariane Reinhardt, que nos últimos dias tem feito publicações mais críticas à obra. Sua família possui comércio cerca de 300 metros da divisa, e afirma que “nosso faturamento caiu 50%, tivemos que mandar uma funcionária embora, só não fechamos porque temos outro e este vai bem, mas a loja mais próxima a ponte quase fechamos”. Ela e muitos outros viram as vendas despencarem nos últimos meses, com queda mais acentuada diante da chegada da alta temporada.

O atual Governo Municipal reforçou que “os ritos de execução da obra são firmados por documentos legais e estes devem ser seguidos, mas assegurou que o prefeito está se esforçando ao máximo para antecipar a finalização da ponte “Estou aqui para resolver. Meu gabinete é aqui, acompanhando de perto o que acontece na cidade e falando com as pessoas”, garantiu Tiago.

Quanto a uma liberação parcial do trânsito – apesar de pedestres e ciclistas já estarem passando pelo local – a gestão frisou que essa questão não é cogitada. “Para que a obra seja executada com eficiência, é fundamental que o trânsito de pessoas e ciclistas seja interrompido, para segurança de todos. Qualquer coisa que aconteça na ponte, pelo fato de ela ainda não ter sido finalizada, é de responsabilidade da empresa executora. E para que ela trabalhe com segurança, é necessário vetar o acesso de qualquer pessoa que não seja integrada à operação da obra”.

A ponte começou a ser construída em 4 de maio e sua demolição foi iniciada em julho, momento em que moradores e visitantes de Penha tiveram o fluxo natural impedido. Para chegarem à Balneário Piçarras, devem trafegar pela região central do bairro Nossa Senhora da Paz – fato que, para os comerciantes, os desmotiva às compras na região mais próximo à obra.

“TEMPO NÃO AJUDOU”

Em dezembro, a gestão do então prefeito Leonel Martins (PSDB) afirmou que não pode cumprir com as datas de entrega anunciadas porque “a previsão do tempo não ajudou o cronograma de obras, que foi prejudicado, principalmente na concretagem da ponte. Inclusive a etapa terá que ser reavaliada já que houve a passagem de pedestres indevidamente antes da secagem do concreto”.

Para a finalização total da obra ainda falta além da cabeceira, a pavimentação asfáltica e os arremates. A mobilidade viária das ruas laterais à ponte, por conta das cabeceiras mais elevadas, também precisarão serem revistas. Pelo projeto, a ponte tem 58,8 metros de comprimentos, 5,48 metros de altura e um vão livre de 28 metros, que permitirá a navegação de barcos com até 60 pés.

CONTRATO ADITIVADO

Contratualmente, a empresa que executa a obra tem até dia 4 de setembro para concluí-la, conforme Termo Aditivo publicado no Diário Oficial dos Municípios, dia 9, assinado pelo prefeito municipal. O prazo de término inicial era em 4 de janeiro.

A nova ponte sobre o Rio Piçarras – na divisa com Penha – tem um valor contratado de R$ 3.333.333,33 via financiamento Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE). Desse total, R$ 88.095,51 foram suprimidos, mas outros R$ 685.503,90 foram aditivados dia 22, totalizando R$ 3.930.741,72.

Fonte: Jornal do Comércio