1 de setembro de 2020
Postado por: Alexandre
A Federação das Associações Empresariais de Santa Catarina – Facisc e as entidades empresariais do Vale do Itajaí (Balneário Camboriú, Blumenau, Brusque, Gaspar, Ilhota, Indaial, Itajaí, Navegantes, Penha, Pomerode e Timbó) estão pedindo a revisão do edital de licitação para a concessão por 30 anos do aeroporto Internacional de Navegantes à iniciativa privada. As entidades apontam falhas no edital de licitação que podem prejudicar o desenvolvimento econômico e turístico da região. O edital de concessão tem previsão de ser lançado no primeiro trimestre do ano que vem.
O ofício foi enviado ao ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, ao deputado Federal e coordenador do Fórum Parlamentar Catarinense, Daniel Freitas, e ao tenente-Brigadeiro, Hélio Paes de Barros Júnior, presidente da Infraero.
Na nota oficial assinada pelo representante da Facisc na região do Vale, Rinaldo Luiz de Araújo e o Presidente da Federação Dr. Jonny Zulauf, a insatisfação da classe que representa empresários das cidades de Balneário Camboriú, Blumenau, Brusque, Gaspar, Ilhota, Indaial, Itajaí, Navegantes, Penha, Pomerode e Timbó, com os parâmetros para definição do novo projeto de expansão, com mudanças do plano diretor original.
O temor é a perda do status de internacional, ausência de obrigação da construção da nova pista de pouso, falta de incremento no terminal de cargas e o risco do aeroporto de Navegantes ficar os próximos 30 anos sem melhorias.
As associações alegam que o aeroporto é a “porta de entrada” para turistas tanto para atividades de lazer quanto para negócios. “A região é um polo turístico, com três cidades que estão entre as 15 no ranking dos destinos mais procurados no Brasil: Balneário Camboriú em 6º, Itajaí em 7º e Blumenau em 10º. Também importante polo econômico, nos seguimentos têxtil, náutico, pesqueiro, naval e de tecnologia”, defendem.
O edital de concessão não faz previsão de novas rotas internacionais, da construção da nova pista de 2600 metros ou do novo terminal de passageiros.
Sem o status de aeroporto internacional e sem previsão de ampliação na malha internacional de voos, a empresa que tocar o aeroporto pode operar somente com voos domésticos.
O ofício ainda pede mais informações em relação a projeção de carga aérea internacional, esclarecendo a relação do edital de concessão com o projeto em andamento do terminal de cargas na área de 100 mil m² às margens da rua Honório Bortolato.
Com dados de 2019, foram importadas 4,8 mil toneladas de cargas pelo aeroporto. A previsão para 2050, segundo o edital, aponta para movimentação de seis mil toneladas.
Também há divergências com relação ao plano diretor já aprovado pela Anac e as desapropriações apresentadas no edital. “Estas áreas já foram declaradas de utilidade pública e os proprietários, ao longo das últimas décadas, não puderam fazer uso de suas propriedades em função da eminente desapropriação para o desenvolvimento da atividade aeroportuária”, alerta o documento.
A revisão das demandas apontadas no edital, segundo as entidades, é importante para atender o crescimento e desenvolvimento econômico regional, no segmento turístico, logística de cargas e de outros negócios.
Navegantes faz parte do edital de concessão dos aeroportos do bloco Sul do Brasil. A nova rodada de concessões prevê leilão de 22 terminais, entre as unidades dos blocos Sul, Norte e Central, isso a partir de 2021. A concessão será por 30 anos. O bloco de Navegantes tem valor estimado em R$ 8,9 bilhões.