Durante reunião na noite de ontem (26), no gabinete do prefeito de Brusque, o Secretario de Infraestrutura, Carlos Hassler, informou que as obras de duplicação da rodovia Antônio Heil deverão ser retomadas nos próximos dias

A execução da parte final da obra de duplicação da rodovia Antônio Heil será concluída pela empresa Compasa, que fazia parte do atual consórcio com a Triunfo.

Hassler justificou que a empresa Compasa tem capacidade para concluir a obra e que, sem romper o contrato com o atual consórcio, o governo poderá usar os recursos integrais do financiamento internacional com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) para custear a ação. De acordo com o Estado, resta finalizar 35% da duplicação.

A afirmação foi feita em reunião na prefeitura de Brusque, com a presença de empresários, comunidade atingida pela obra, Rubens Angioletti, representando a Câmara de Vereadores de Itajaí, prefeitos de Itajaí e Brusque, Volnei Morastoni e Jonas Paegle, respectivamente, e vereadores de Brusque.

Documento solicita alterações

Durante a reunião, Carlos Hassler tomou conhecimento de um estudo avaliativo preliminar contendo 14 pedidos entregues pela comunidade durante as reuniões realizadas esse ano. As solicitações também foram entregues pelo vereador Rubens Angioletti, em 24 de abril, em Florianópolis, contendo as necessidades quilômetro por quilômetro.

Com base nesses pedidos, engenheiros de Brusque e Itajaí fizeram uma avaliação prévia, em cada local, para modificação do projeto inicial e entregaram o documento ao secretário com as necessidades a serem desenvolvidas e uma estimativa de custo, em torno de R$ 60 milhões.

Hassler informou que neste momento, para não perder o empréstimo internacional, será executado o projeto original, enquanto técnicos irão analisar a viabilidade para execução das melhorias solicitadas.

As demandas são referente a mudanças em elevados, passarelas, iluminação e retornos. Segundo o Secretário, o que for possível será realizado nessa etapa, o restante em um novo empréstimo que poderá ser solicitado em 2020.

Alças de retorno à BR 101

Segundo Hassler, o Governo estuda a opção de fazer retornos e acessos à BR 101, via Antônio Heil, de forma paliativa para evitar os congestionamentos. De acordo com o secretário, o Estado não considera justo pagar os R$ 100 milhões para as obras das alças, já que no entendimento deles, a BR 101 é de responsabilidade do Governo Federal e AutoPista.

De acordo com ele, ou União repassa estes R$ 100 milhões ou a concessionária da BR 101 arca com as despesas relacionadas às desapropriações dos imóveis e construção das alças.

O Secretário não trouxe detalhes se essa indefinição comprometerá o financiamento com o BID.

Avaliação

Para o vereador Rubens Angioletti, os pedidos e as diversas cobranças feitas pela comunidade esse ano começam a surtir efeito, embora a resposta do Estado não seja aquela esperada pelos moradores e empresários, que seria modificar o projeto original e retomar as obras incluindo as modificações solicitadas.

“O Governo deve entender que a humanização da obra é fundamental para o convívio dos moradores locais e para garantia da segurança dos usuários. A rodovia, desde o início, foi projetada para ficar excelente para quem passa, mas péssima para quem fica”, comenta Angioletti.

De acordo com o parlamentar, mesmo com a retomada das obras, as autoridades, comerciantes e moradores continuarão a cobrar pela inclusão dos 14 pedidos, que incluem desde iluminação até construção de passarelas.

A obra

A ordem de serviço para a obra foi assinada em 31/10/2014, com prazo para conclusão em 31/03/2017, porém a data vem se arrastando. Ontem, não foi informada a previsão para finalização da parte restante.

Em fevereiro de 2018, Rubens Angioletti apresentou denúncia ao Ministério Público contra o Departamento Estadual de Infraestrutura com o objetivo de garantir segurança às pessoas que utilizam a rodovia.

Em maio deste ano a justiça, depois de pedido do Ministério Público, determinou que o Estado concluísse em até seis meses todas as travessias de pedestres e sinalizações relativas ao contrato; a implantação de no mínimo três medidores fixos de velocidade, no prazo de 12 meses.

Fotos: Ana Flávia